Apresentada, pela primeira vez no ano de 2013 em Londres, a "carne de laboratório" é produzida a partir de células de animais que crescem no laboratório sem a necessidade do animal em si.
Esse procedimento inicia com a coleta das células de boi ou de frango, através de uma biópsia ou da extração de células de um ovo fecundado. O importante dessa etapa, é que sejam coletadas células estaminais, células-satélite ou até mesmo células "imortalizadas". Diferente dessa última, as células estaminais e satélites tem um limite de reprodução variando entre 30 e 50 vezes.
Em sequência a coleta, essas células são direcionadas aos biorreatores, que se trata de tanques com diversos aminoácidos e nutrientes onde ocorrerá a multiplicação dessas células gerando pedaços de carne.
O grande empecilho desse método, é o alto custo desse cultivo, segundo estudos, essa carne pode ser até oito vezes mais cara de se produzir. Por conta disso, a SciFiFoods optou por modificar o DNA da carne bovina por meio da técnica CRISPR.
A bióloga Kasia Gora, co-fundadora e diretora técnica da empresa, afirma "Não revelamos quais genes nós alteramos. No entanto, podemos revelar que as modificações geralmente envolvem pequenos ajustes, para aumentar a eficiência do crescimento de células dentro do biorreator."
Através das alterações genéticas, a equipe foi capaz de eliminar os ingredientes caros da equação, assim reduzindo o custo de produção. Gora ainda aponta que seria difícil baratear esse procedimento sem o uso do CRISPR. Essa técnica, consiste no uso de enzimas, provenientes de bactérias, para cortar e alterar as sequências genéticas de maneira precisa.
(Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats - Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas Regularmente Interespaçadas)
Pesquisadores como David Kaplan, diretor do Tufts University Center for Cellular Agriculture, acreditam que uma das vantagens da carne cultivada é o fato dela poder ser criada em qualquer lugar, reduzindo a taxa de importação de comida em alguns países.
Outros pesquisadores como Marco Springmann, cientista ambiental da Universidade de Oxford, apontam que a quantidade de energia necessária para esse procedimento apresenta uma pegada de carbono cinco vezes superior à produção de frango.
Independente dos benefícios e malefícios dessa carne cultivada, o Departamento da Agricultura dos EUA, concedeu a produção e a venda da carne de frango criada em laboratório por duas empresas: Upside Foods e a Good Meat.
Esse feito, colocou o país logo atrás da Singapura que foi o primeiro a legalizar a carne de cultura.
Referências:
Empresa cria carne geneticamente modificada | Super (abril.com.br)
Carne criada em laboratório: Estaremos preparados para ela? (nationalgeographic.pt)
Entendo o papel da ciência na evolução e manutenção de nossa especie , porém, não posso deixar de sentir que este alimento é muito estranho. Existe alguma pesquisa que evidencia que isto não acarreta nenhum mal ao ser humano? Entendo que a inovação é essencial, porém pergunto me quando consideraremos a saúde em primeiro lugar. Fica aqui algumas perguntas: As pessoas que ingeriram durante sua vida este tipo de alimento tiveram algumas mutações em seu sistema? Desenvolveram alguma patologia? As crianças geradas de pais que se alimentavam deste alimento são crianças normais? saudáveis, ou são ainda mais saudáveis que antes? Como este alimento entra no ecossistema? Ele estaria atingindo ou ameaçaria especies? São muitas perguntas. Espero de verdade que nã…