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O Impacto Silencioso das Doenças Além da COVID-19

Foto do escritor: Dakila NewsDakila News

A alta incidência do vírus SARS-CoV-2 nos últimos anos não implica que este fosse o único microrganismo em circulação. Ademais, devido à desestabilização econômica e social ocorrida, criou-se um cenário propício para a proliferação de outras doenças.



A pandemia que assolou o mundo nos últimos anos, mostrou números absurdos de mortes e infectados, gerando pânico midiático em quase toda a população mundial. Entretando, diversos surtos de enfermidades permaneceram em curso, como o sarampo, dengue, ebola e febre amarela.


O principal dilema de toda essa situação é que com a economia e as mídias focadas no Covid, é muito provável que o combate de outras doenças seja postergado, principalmente das consideradas negligenciadas.


As enfermidades que ocorrem nos países tropicais, foram categorizadas pela OMS como “big three” e as doenças negligenciadas. Conforme o próprio nome sugere as classificadas como “big three” se referem as três grandes doenças conhecidas: Tuberculose, malária e aids. Essa categoria envolve também o fato de serem as enfermidades com maior ajuda humanitária e de investimento historicamente.


Enquanto isso, na categoria de negligenciadas encontram-se outras 20 doenças, as quais não são letais (quando tratadas corretamente) e apresentam remédios acessíveis. Outro característica que agrupa essa categoria, é o fato de não ocorrerem nos Estados Unidos, na Europa e nem no leste asiático, ou seja, apresentam um baixo impacto econômico mundial.


Independentemente do número de casos, essas enfermidades e surtos epidemiológicos raramente recebem atenção das mídias. A exemplo disso, podemos citar a dengue, que afeta 129 países e 390 milhões de pessoas são infectadas anualmente, sendo que essa doença sofre com subnotificação devido a casos assintomáticos.


Mapa demonstrando países afetados pela dengue. Fonte: Organização Mundial de Saúde

Outro exemplo é a ebola, doença, a qual até 90% dos infectados podem vir à óbito. Um dos únicos motivos, para que essa doença seja negligenciada é por conta de sua forma de transmissão. A transmissão do vírus da ebola necessita do contato direto com fezes, sangue ou vômito dos infectados. Sendo assim, essa doença raramente atinge países "desenvolvidos" e com um alto controle dos primeiros pacientes.


Ademais, existe o sarampo que com certeza trás números muito próximos se não piores que o do Covid-19. Em termos de contaminação, o sarampo é o vírus mais contagioso que se conhece, sendo que uma única pessoa é capaz de infectar outras 18. Enquanto na gripe comum esse número é de uma pessoa, enquanto o coronavírus afeta de 2 a 4 indivíduos.


Fonte: Revista Piauí

Em termos de letalidade o sarampo apresenta 6%, podendo chegar a 30% quando agrupado com fatores como a desnutrição. Enquanto isso, o valor de letalidade do SARS-CoV-2 não alcançou 3%. Apesar de grande parte da população encarar o sarampo como uma doença erradicada, isso não é mais uma verdade, visto que em 2019 foram registrados 18,2 mil casos somente no Brasil.



Diante da magnitude das enfermidades que assolam a humanidade, torna-se evidente a concentração desproporcional de atenção e recursos no combate ao vírus SARS-CoV-2, em relação a outras doenças persistentes e muitas vezes letais. Embora essas enfermidades possam não apresentar um impacto socioeconômico direto nos países “desenvolvidos”, sua presença é profundamente sentida em regiões tropicais, onde afetam milhões de pessoas anualmente.


Portanto é essencial que a abordagem global da saúde não seja exclusivamente reativa, respondendo

apenas às crises imediatas, mas sim proativa, abrangendo uma variedade de doenças para garantir a resiliência do sistema de saúde mundial. A atenção e os recursos devem ser distribuídos de maneira equitativa, assegurando a prevenção, o tratamento e a erradicação de uma gama abrangente de doenças, em benefício da saúde global e da humanidade como um todo.




Referências

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