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  • Foto do escritorDakila News

O que não te contaram sobre a floresta amazônica

Atualizado: 26 de abr. de 2023



Nos últimos anos, ocorreu uma grande polêmica acerca dos incêndios na Amazônia e logo o presidente de Dakila Pesquisas, Urandir Fernandes de Oliveira fez questão de assegurar que a floresta amazônica, diferente do Cerrado, não queima.


Independente do ecossistema, existem três componentes para um incêndio que são: combustível, clima seco e uma fonte de ignição.

Sendo assim, é muito raro que a Amazônia conste dos três componentes, já que a mesma trata-se de uma Floresta Tropical Úmida.


No intuito de esclarecer melhor, existe um fenômeno natural conhecido como “rios voadores”, que indicam uma massa de ar carregada de vapor de água a qual se proliferam pelas correntes de ar. Ou seja, a floresta amazônica atua como uma “bomba d’água”, captando água dos solos e lança para atmosfera em forma de vapor, através de um processo chamado de evapotranspiração. Uma parcela dessa água converte-se em chuva para a própria floresta, enquanto a outra parte é transportada pelos ventos.


De acordo com o INPA, uma árvore com 10 metros de diâmetro de copa é apta a bombear, em forma de vapor, mais de 300 litros de água por dia. Ademais, o número estimado de árvores, nesse bioma, é de 400 bilhões, imagine qual o volume de água que a floresta está bombeando diariamente na atmosfera.

Estudos também mostram, que grande parte da luz solar nas florestas, é absorvida ou refletida pelo dossel(copa das árvores). Sendo assim, por conta da umidade, a camada de combustível fino do solo apenas perderá essa umidade e se tornará inflamável no cenário em que a temperatura for alta o suficiente para reduzir a umidade relativa do ar.


O biólogo e youtuber Atila Iamarino ainda afirma: "É muito raro florestas tropicais queimarem naturalmente, porque a mata é úmida e a incidência de raios por lá é bem menor. Ou seja, o fogo é raro e quando ele acontece não tem muito como se espalhar. Pro fogo acontecer na Amazônia, geralmente tem que ter uma intervenção humana”


Consequentemente, os focos de incêndio que se propagam nas mídias foram sobretudo por conta de queimadas intencionais ligadas ao desmatamento ilegal, que se expande cada vez mais na região.


Urandir Fernandes de Oliveira, reforça “A queimada ocorre como? As pessoas desmatam um pedaço, quebra toda a madeira, toda a vegetação. Deixa secar 10 dias e bota fogo ali. Ali vai queimar sim, na mata preparada ta? Se ele não fizer um aceiro pra separar, o fogo pode avançar que em dois, três metros se apaga, a umidade é muito intensa"


Apesar desses focos serem monitorados diariamente pelo INPE, através de satélites meteorológicos, esses não viabilizam informações sobre o tipo de vegetação, quem está provocando esses focos e quais os impactos ecológicos e econômicos causados.


Pesquisas apontam 3 tipos de incêndios na Amazônia, são eles: “queimadas para desmatamento”, “incêndios florestais rasteiros” e “queimadas e os incêndios em áreas já desmatadas”. Dentre esses, o que gera maiores impactos ecológicos são as queimadas para desmatamento, por conta das pastagens e lavouras implantadas, as quais absorvem menos energia solar do que a vegetação original e liberam menos água para a atmosfera, auxiliando na diminuição das chuvas.


Além disso, os incêndios florestais rasteiros tem capacidade de eliminar até 80% da biomassa (matéria orgânica) florestal acima do solo, o que pode vir a impactar a fauna. Ademais, esse tipo de incêndio amplifica a inflamabilidade da floresta, contribuindo para um ciclo vicioso, onde quanto mais se queima a vegetação mais inflamável ela se torna.


Dentre as diversas formas que existem de prevenir que as queimadas e incêndios se alastrem, existem os aceiros que se definem pela remoção completa da vegetação em faixas em volta do local que se quer proteger. O que poucos sabem, é que existem os “aceiros verdes”, que são espécies específicas de árvores, as quais apresentam essa resistência e auxiliam a impedir o avanço do fogo.

Na obra “Floresta em Chamas: Origens, Impactos e Prevenção de Fogo na Amazônia” de 1999 afirma que as florestas da Amazônia atuam como grandes aceiros naturais por toda extensão da paisagem e bloqueiam a propagação dos incêndios que escapam das áreas agrícolas.


Condensando tudo o que foi dito, a Amazônia não queima naturalmente e apesar disso, devemos proteger essa imensa floresta e evitar que essa enfrente o processo de “savanização”. Onde não só perderá grande parte de sua biodiversidade, como também terá se tornado completamente inflamável, sendo ainda mais suscetível à destruição.

A floresta amazônica representa um dos maiores depósitos de informações genéticas do mundo, correspondendo a uma fonte indescritível de organismos e substâncias necessárias para combater diversas doenças e conceder alimento para a população humana.


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