Chamado vulgarmente de "vape", o cigarro eletrônico, funciona a base de bateria e diversas substâncias liquidas que produzem um vapor que é inalado pelos usuários. Dentre essas substâncias é possível encontrar a nicotina, o glicerol, a glicerina vegetal, o propilenoglicol e os flavorizantes.
Ele surgiu com o discurso de ser menos prejudicial à saúde, inclusive auxiliando os fumantes a largarem o cigarro convencional. Apesar do discurso, o pneumologista André Nathan adverte que "a concentração de nicotina nele é maior e não te faz abandonar o vício e até propicia que você fique pulando de um vício para outro".
Inclusive, a maior preocupação atual é que esse dispositivo se popularizou entre os jovens, principalmente por conta dos flavorizantes que proporcionam os sabores variados. Proporcionando esse aroma frutado, um estudo realizado pela Unesp, apontou que a alta quantidade de açúcar nessas substâncias podem causar cáries e doenças periodontais.
Segundo a OMS - Organização Mundial da Saúde -, apesar de alguns produtos não registrarem a presença de nicotina na embalagem, esses dispositivos ainda podem trazer uma quantidade ocasional dessa substância. Ademais, conforme estudos, as substâncias encontradas nos "vapes" podem causar problemas ao sistema respiratório e ao sistema cardiovascular como por exemplo: bronquite, enfisema, infarto, trombose, AVC (acidente vascular cerebral) e câncer, principalmente em órgãos dos sistemas citados.
Além disso, os danos do "vape" podem surgir em um curto tempo de uso, a Dra. Jaqueline Schollz explica que “Diferentemente do cigarro convencional, que demora às vezes 20 ou 30 anos para manifestar doenças no usuário, o cigarro eletrônico, que prometia segurança, foi capaz de matar jovens rapidamente”.
Estudos realizados pelo Center for Tobacco Research do The Ohio State University Comprehensive Cancer Center e da Southern California Keck School of Medicine, indicam que o cigarro eletrônico pode, em apenas 30 dias de consumo, gerar problemas respiratórios severos independente se a pessoa é jovem e apresenta um porte saudável.
Diante disso, o Brasil, assim como outros 32 países, vetou a comercialização do cigarro eletrônico, porém o diretor de assuntos científicos e regulatórios da Bristish American Tobacco Brasil, Luaro Anhezini Junior, ressalta que "Apesar de proibidos, os vapes são facilmente encontrados, o que mostra que essa medida de proibição não funciona".
O gerente executivo da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo), Giuseppe Lobo, também aponta pela irregularidade de produtos ilegais, sendo que "Precisamos analisar que esses produtos facilmente encontrados à venda no país vêm do mercado ilegal, sem comprovação de origem e composição". Lobo também afirma que "A partir do momento que você regulamenta, ele vai ter regras para produção e comercialização e será fiscalizado".
A fiscalização desses produtos ilegais é tão desamparada que de acordo com um estudo do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), o número de usuários de “vape” quadriplicou no decorrer de 3 anos. Sendo que conforme o estudo da Unesp, 9,7% dos jovens entre 18 e 24 anos já experimentaram o produto, enquanto a faixa etária entre 35 e 49 o percentual é de 3,3%.
Em suma, essa droga é cada vez mais comum entre os jovens que pensam estarem sendo saudáveis, por consumirem "vape" ao em vez do cigarro convencional. A despeito de seus riscos rápidos, existem dois casos recentes que foram à mídia. Um resgatista de fauna, Gabriel Nogueira, que relatou acordar um dia tossindo sangue e foi diagnosticado com broncopneumonia, enfisema pulmonar e vidro fosco no pulmão, que é uma alteração indicada por manchas no órgão que se assemelham a um vidro embaçado.
Gabriel ainda relata que "Nos exames, ficou constatado que dentro dos brônquios tinha óleo contido nos cigarros eletrônicos" e que "O problema é irreversível, porque esse óleo não tem como sair do meu pulmão". O outro caso divulgado foi do lutador de 20 anos, Sean Tobin que foi internado em julho deste ano, por conta de um colapso em seu pulmão que resultou em uma cirurgia para remover parte do órgão.
Exemplos:
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