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  • Foto do escritorDakila News

Sítio arqueológico brasileiro com mais de 600 anos é descoberto no estado de Goiás.

Quando andamos pelas ruas e avenidas, vamos a praia e visitamos cidades, muitas vezes não paramos para pensar em como chegamos até aqui. Você já se perguntou como o mundo era antigamente? Quem vivia aqui antes de nós e o que faziam?

Os sítios arqueológicos no Brasil podem ajudar a responder essa questão.


Denomina-se sítio arqueológico, toda área onde são encontrados vestígios de ocupação humana que sejam relevantes para a compreensão da história da humanidade. Estes vestígios podem ser encontrados na superfície do solo de um quilombo abandonado, nas ruínas de uma igreja do século VXI ou até mesmo em uma praça antiga.


Para ser determinado como um sítio arqueológico, o local precisa passar pela inspeção de um arqueólogo, uma espécie de detetive que coleta e estuda pistas e evidências que podem indicar a presença de atividade humana naquele recinto no passado. No Brasil, os sítios arqueológicos são considerados bens patrimoniais da União, de acordo com o Art. 20 da Constituição Federal, destruí-los é tido como crime.


Existem diversas evidências que podem servir como pistas para o arqueólogo desvendar o modo de viver de povos passados, sendo divididas em três categorias:

  • Artefatos: qualquer objeto feito ou modificado pelo homem, como vestimentas, instrumentos de trabalho e de caça, objetos pessoais como cerâmicas, vasos e brinquedos.

  • Estruturas: construções ou arquiteturas como cemitérios, abrigos, igrejas, taipas e depósitos de alimentos.

  • Ecofatos e biofatos: vestígios do meio ambiente como restos de animais, sementes, plantas, pedras e conchas.

O contexto em que estes vestígios são encontrados podem ajudar a compreender e deduzir o que pode ter acontecido naquele local, naquele momento da história.


Dessa forma, diferentemente do que muitos imaginam, a arqueologia não é uma atividade de caça ao tesouro, não sendo comum o encontro de potes de ouros e afins. Ao contrário, é extremamente comum que os vestígios arqueológicos estejam fragmentados, demandando estudo para sua reconstituição e compreensão. Algumas das peças das coleções encontradas são cerâmicas utilitárias, como urnas funerárias, vasos e vasilhas diversas; instrumentos de trabalho ou de defesa, como pontas de flecha, machados, lascas; adornos, objetos utilitários com formas zoomórficas (formato de animais) ou antropomórficas (formato humano) etc.


O Iphan é responsável pela gestão do patrimônio arqueológico e sua proteção é garantida pelo artigo 216 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e pela Lei n°. 3.924, de 26 de julho de 1961, sendo considerados patrimônio cultural brasileiro e Bens da União.

A pesquisa arqueológica realizada no município de Mara Rosa, localizado na região norte do estado de Goiás, identificou a existência de sítio arqueológico de 700 anos de idade. A descoberta ocorreu por meio da ação de Salvamento Arqueológico e Educação Patrimonial na área do empreendimento “Projeto Posse – Mina de Ouro”, e foi confirmada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Goiás (Iphan-GO).


O sítio descoberto atesta a volumosa presença de indígenas no centro-oeste brasileiro há séculos anteriores à chegada dos portugueses. No local foram encontradas pedras polidas; cerâmicas; carimbos (foto) com fins de pintura corporal; e um enterramento humano em urna funerária. Todos os fragmentos detectados, em torno de 12 mil peças, foram destinados ao Museu Histórico de Jataí (GO) para pesquisa.

O arqueólogo do Iphan-GO, Danilo Curado, explica que Mara Rosa é reconhecida como um local consagrado pelo período colonial devido à quantidade de ouro que foi explorada pelos bandeirantes, mas é preciso ir além. “É necessário perceber que há um potencial cultural muito anterior aos bandeirantes, vinculado aos indígenas que moravam na região, pois ainda temos sítios arqueológicos com petroglifos (desenhos em baixo relevo feito nas rochas por meio de fricção) que se encontram preservados”, informa o arqueólogo. Para o superintendente do Iphan-GO, é o que há “de mais valioso para ser humano: suas raízes, sua história e memória”.


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