O QUE É UMA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA)
Atualmente, a IA (ou AI, do inglês Artificial Intelligence) está presente em diversos aspectos da nossa sociedade, desde recomendações de produtos online até diagnósticos médicos, alterando significativamente nosso estilo de vida e trabalho. A Inteligência Artificial (IA) é um ramo da ciência da computação que trata da criação de máquinas inteligentes que podem realizar tarefas que normalmente requerem inteligência humana, como programas de percepção visual, chatbots, reconhecimento de voz, tomada de decisões e tradução de línguas. A IA está atualmente sendo utilizada por uma vasta gama de setores, incluindo os cuidados de saúde, os recursos humanos, as finanças, os transportes e a indústria transformadora.
Os avanços na IA, na ciência dos dados e nos algoritmos de aprendizagem automática conduziram ao desenvolvimento de tecnologias como os automóveis autônomos, os assistentes digitais, os robôs com IA e as ferramentas de diagnóstico médico. Ferramentas como o ChatGPT são utilizados em trabalhos escolares e universitários; assistentes virtuais, como Alexa, Siri e Google Assistant, respondendo a dúvidas banais e ajudando em pequenas atividades do cotidiano, como fazer uma lista de compras; aplicativos que mostram como as pessoas ficarão quando envelhecerem. A Inteligência Artificial (IA) está cada vez mais presente no dia a dia e aplica-se em diferentes setores e áreas do conhecimento, de forma que, muitas vezes, sua presença mal é percebida.“O amanhã é promissor e a Inteligência Artificial será tão fundamental quanto a criação do microprocessador, do computador pessoal, da internet e do telefone celular”, afirmou o fundador da Microsoft, Bill Gates, em um texto intitulado “A era de IA começou”, publicado em seu blog pessoal em março de 2023.
3 PONTOS POSITIVOS REFERENTES A IA
Aumento da eficiência e da produtividade em vários setores: O programa alimentado por IA pode automatizar trabalhos repetitivos, permitindo que os funcionários se concentrem em trabalhos mais complexos e criativos. Isto pode levar a uma maior produtividade, maior precisão, menos erros humanos e custos reduzidos. Melhoria das capacidades de tomada de decisões e de resolução de problemas: A IA pode analisar grandes quantidades de dados e fazer previsões, fornecendo informações que, de outra forma, os humanos seriam incapazes de identificar. Isto pode levar a uma melhor tomada de decisões e à resolução de problemas em áreas como as finanças, o marketing e os cuidados de saúde. Capacidade de realizar tarefas demasiado perigosas ou difíceis para os seres humanos: A IA pode realizar tarefas demasiado perigosas ou difíceis para os humanos, como explorar o espaço profundo, manusear materiais perigosos e procurar sobreviventes em zonas de catástrofe. Eficientes em testes de desenvolvimento de medicamentos. Na educação, empresas já estudam a possibilidade de desenvolver programas de ensino personalizados conforme o perfil de cada estudante. 3 PONTOS NEGATIVOS REFERENTES A IA: Deslocação de postos de trabalho e desemprego: A automatização através da IA pode levar à deslocação de postos de trabalho e ao desemprego, especialmente em setores onde as tarefas repetitivas podem ser facilmente automatizadas. Isto pode ter consequências econômicas e sociais significativas, como o aumento das desigualdades. Potencial de utilização indevida e abusiva: A IA pode ser utilizada para fins maliciosos, como a pirataria informática, os ciberataques e a vigilância. Existe também a possibilidade de a IA ser utilizada para criar notícias falsas, vídeos deepfake e outras formas de desinformação e cometer erros.
Dependência da tecnologia e falta de intervenção humana: outra desvantagem da IA é o fato de poder tomar decisões sem intervenção humana, o que pode levar a uma falta de responsabilidade e de compreensão da forma como essas decisões são tomadas. Além disso, uma forte dependência da tecnologia de IA pode levar a uma falta de pensamento crítico e de capacidade de decisão nos seres humanos.
DADO 1: Após a chegada das novas tecnologias de inteligência artificial (IA), muita gente tem observado essa inovação com admiração e preocupação. No caso do Brasil, metade dos brasileiros tem receio de perder o emprego para a IA. É o que revela a terceira edição da pesquisa “Monitor de Inteligência Artificial 2024”, do instituto Ipsos, publicada no começo de junho. Para entender a dimensão da preocupação, o Brasil está entre os 10 países mais preocupados com a IA, com a média global acima de 36%, sendo a geração Z (nascidos a partir de 1995) e os millennials (nascidos entre 1980 e 1995) entre os grupos mais temerosos. No país, o Ipsos entrevistou mil brasileiros, com idades entre 18 e 74 anos, nos dias 19 de abril e 3 de maio. DADO 2: A IBM, empresa voltada para a área de tecnologia da informação, anunciou em maio que cogita reduzir 30% dos empregos administrativos nos próximos cinco anos com o uso de IA — equivalendo a cerca de 26 mil funcionários.
Porém, o mesmo estudo também indica que novos postos de trabalho devam surgir e que as tecnologias podem facilitar tarefas e auxiliar no aumento da produtividade. Recursos como ChatGPT, um tipo de inteligência artificial generativa, ou seja, que usa algoritmos e textos disponíveis em uma base de dados para criar novos conteúdos a partir de instruções ou perguntas, podem ser usados para adiantar processos mais burocráticos ou automáticos e permitir que as pessoas tenham mais tempo livre para tarefas que exijam maior pensamento criativo e crítico.
DADO 3:
Governo brasileiro usará inteligência artificial para tentar reduzir impacto fiscal de perdas judiciais. O governo Luiz Inácio Lula da Silva contratou serviços da Microsoft e da OpenAI, criadora do ChatGPT, que serão usados pela Advocacia-Geral da União (AGU) para acelerar a análise de milhares de ações judiciais com uso de inteligência artificial, focando em temas que geram impacto fiscal. Um dos eixos do projeto prevê maior eficiência na triagem das ações para, segundo a AGU, identificar com maior velocidade as características de cada processo e permitir que as áreas jurídicas do governo recebam sugestões de modelos e teses que poderão ser usados nos tribunais. A aplicação robotizada também produzirá estatísticas e análises sobre o acervo de processos para viabilizar uma atuação “estratégica para a defesa e para a proposição de acordos, especialmente nos temas de maior impacto fiscal”, segundo o órgão. Em um terceiro eixo, a ferramenta auxiliará membros e servidores da AGU no resumo de documentos e até mesmo na produção de manifestações a serem apresentadas na tramitação dos processos na Justiça.
DADO 4:
China inaugurará o primeiro hospital do mundo com atendimento por robôs: O hospital será equipado com médicos robóticos, capazes de atender até 3 mil pacientes por dia, o que pode superar a capacidade humana. Isso se deve à integração de grandes modelos de linguagem da medicina com a tecnologia de inteligência artificial, permitindo um diagnóstico de doenças com uma precisão superior a 93%. Para garantir a segurança e a confiabilidade do sistema, o hospital terá uma equipe de 14 médicos e quatro enfermeiros humanos, que vão supervisionar o trabalho da inteligência artificial e intervir quando necessário. Graças ao seu ambiente simulado e à capacidade de evolução autônoma, os médicos de IA conseguirão tratar até 10 mil pacientes em dias. Para termos comparativos, seriam necessários pelo menos dois anos para os médicos humanos atingirem os mesmos números. Ao abranger as principais doenças respiratórias, os profissionais médicos virtuais puderam simular todo o processo de diagnóstico e tratamento dos pacientes. Isto incluiu processos de consulta, exame, diagnóstico, tratamento e acompanhamento. REGULAMENTAÇÃO DA IA:
A (IA), enquanto simulação da inteligência humana, tem o potencial de revolucionar as indústrias e melhorar as nossas vidas de muitas formas, mas também acarreta riscos e desafios significativos. É crucial que desenvolvamos e implementemos de forma responsável a tecnologia de IA para garantir que esta é utilizada de forma ética, transparente e que beneficia todos os membros da sociedade. O desenvolvimento e a implementação da tecnologia de IA é um processo contínuo que requer investigação e debate contínuos para garantir que é utilizada para melhorar a sociedade. Isto inclui o desenvolvimento de regulamentos e diretrizes para reger a utilização da IA. Quando uma nova tecnologia surge e começa a gerar impactos na sociedade, governos passam a se mobilizar para criar certas regras de uso e regulamentação. Pense, por exemplo, nas redes sociais. Mesmo já difundidas, até hoje surgem debates sobre os limites que devem ser impostos, seja em favor da privacidade dos usuários, segurança de dados ou mesmo para evitar a interferência em eleições — como já aconteceu em 2016, por exemplo, nas eleições de Donald Trump à presidência dos EUA.
A União Europeia tem sido pioneira na regulamentação das IAs e já começou a se movimentar para estabelecer regras — as primeiras do mundo — sobre o uso dessa tecnologia por parte das empresas. A lei não deve entrar em vigor até 2026, por conta das revisões feitas conforme os avanços da tecnologia, mas, segundo a MIT Technology Review, veículo de divulgação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, se a União Europeia conseguir elaborar e adotar um marco regulatório que estabeleça os principais riscos da aplicação de IA e os limites e checagens adequados, essa legislação deverá servir como modelo para outros países. Afinal, segundo a própria publicação, o campo de desenvolvimento e aplicação de ferramentas de IA tem sido um “velho oeste”, uma terra sem lei. Já no Brasil, também há um projeto de lei que visa regulamentar o desenvolvimento e uso da tecnologia. Apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e elaborado por uma comissão de juristas, o PL 2.338/2023 define certos parâmetros de supervisão e fiscalização do uso da tecnologia, e estabelece os direitos para as pessoas afetadas por ela.
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