Discernir entre a realidade e manipulação já não era fácil, tendo em mente que a influência midiática e acesso restrito a informação sempre estiveram presentes na história da humanidade. Porém isso vem agravando cada vez mais com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial.
Não se pode mais confiar em um vídeo com o áudio de um político por exemplo, porque até alguém comprovar por A+B que a obra foi ou não manipulada aquilo já se tornou realidade para a população.
Essa movimentação, faz com que a sociedade, principalmente os acadêmicos, volte a ter um pensamento dogmático. Ou seja, as ideias estão acima de qualquer observação.
Acontece que essa mesma parcela da população pensa que está agindo de forma cética o que é completamente equivocado, sendo que o pensamento cético consta no exato oposto, tendo aquilo que é observado acima das ideias.
O professor Michael Gordin da Universidade de Princeton, assume não ver problema em que a população acredite em algumas teorias da conspiração. Até porque, " não acho que outras ideias, como acreditar em óvnis, sejam especificamente perigosas. Acredito que nem mesmo o criacionismo seja tão perigoso (...).” Gordin ainda afirma “É uma doutrina que não considero perigosa. Seria um problema se todos os governos do mundo pensassem que a Terra é plana, mas não vejo esse risco"
Apesar disso, novas hipóteses sobre teorias bem estabelecidas não deveriam ser motivo de deboche e sim de estudos, principalmente pelos profissionais de cada área. Isso porque, a ciência se alimenta dessas discussões e o pensamento científico não é rígido e jamais deve ser tratado dessa maneira.
A ciência nunca procurou uma verdade fixa e sim teorias baseadas em comprovações de hipóteses. Seguindo nessa linha, um debate bem elaborado com argumentos contra e a favor só colaboram a comprovar ou não a hipótese em estudo.
Como disse o pesquisador Marcos Raposo " A evolução de toda a ciência implica na constante revisão dos conceitos para que o discurso científico reflita nosso melhor entendimento do mundo natural"
Em um cenário onde pesquisadores se deparam com uma nova espécie, antigas construções ou culturas, como será possível a conservação desses achados se ninguém reconhecer que aquilo é real?
Em suma, conhecimento é a chave de tudo e não podemos descartar tudo que diferente da “ciência tradicional” como sendo uma teoria da conspiração. Porque fazendo isso, estamos sendo generalistas e muitas vezes perdendo a chance de comprovar novas hipóteses e teorias importantes.
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