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  • Foto do escritorDakila News

Sustentabilidade pra quem? Extinção em massa de insetos

Algas, insetos e até mesmo a ‘carne in vitro’ estão sendo consideradas alternativas para dar uma resposta a dois dos grandes desafios que a humanidade enfrenta: a saúde e a sustentabilidade. Entretanto o consumo de insetos não é sustentável, principalmente para o grupo em si que já demonstra sinais de extinção.


O relatório da Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (DESA) aponta que em 2050 a população mundial atingirá 9,7 bilhões. Sendo que a previsão para o fim do século é de 11 bilhões, entende-se que esse crescimento terá dificuldade de ser atendido pela produção atual de alimentos.



Nesse cenário, alguns pesquisadores consideram o consumo de insetos uma alternativa alimentar devido à alta diversidade desses organismos e da sua considerável quantidade de biomassa, sendo que esse grupo representa mais de 80% da fauna conhecida atualmente, porém os insetos vem mostrando cada vez mais indícios de uma extinção iminente.



Nas últimas duas décadas organizações de pesquisas do Reino Unido, vem inspecionando placas de veículos para registrar o número de insetos voadores atingidos, assim tendo uma estimativa de riqueza e abundância local. Analisando a campanha de 2022, pode-se observar uma redução de 64% no número de insetos atropelados por veículos em menos de 20 anos. Ademais, todo o continente europeu obteve resultados similares.


Embora a Europa não constitua um padrão, dada sua densidade populacional, baixa preservação de mata nativa e alta exposição a pressões antrópicas, constatações igualmente preocupantes são testemunhadas em estudos conduzidos em florestas tropicais.


Pesquisadores brasileiros analisaram 75 projetos que abrangem 22 anos de varredura entomológica no país. Dentre esses 17 estudos relatam a queda de abundância de insetos terrestres e 11 apontaram a redução na diversidade desses. Além disso, um estudo na Área de Conservação de Guanacaste em Costa Rica demonstrou uma queda de 40% das lagartas no local.


O declínio desses animais está relacionado principalmente com as intervenções humanas, como por exemplo o uso de agrotóxicos e pesticidas, perda de habitat, poluições químicas e luminosas, que além de tudo desorientam os insetos. Alguns cientistas já abordam essa redução de artrópodes como a sexta extinção, o que é alarmante sendo que a sua inexistência acarretaria todas as outras espécies à extinção inclusive os seres humanos.



Considere então, como o consumo de insetos pode estar relacionado à solução para a fome se esse grupo já demonstra um declínio e desenvolver a criação deles só auxilia na deterioração de todo o ecossistema?


Os artrópodes auxiliam na decomposição da matéria orgânica, na ciclagem de nutrientes contribuindo para a saúde e formação do solo. Ademais, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, sigla em inglês) notícia que a segurança alimentar estará em risco caso essa extinção seja efetivada. Isso porque 35% do fornecimento de alimentos do mundo vem de espécies botânicas polinizadas pelos insetos.


Inclusive uma das formas de preservar os artrópodes é evitar o uso de pesticidas, consumir produtos alimentares que valorizem a agricultura orgânica e incentivar o controle de pragas por predadores e insetos parasitas. O que consequentemente proverá um aumento na produção de alimentos saudáveis para o consumo da população.


Referências:






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